O parto é considerado um momento único e marcante na vida da mulher, carregado de significados construídos e reconstruídos a partir da singularidade e da cultura de cada parturiente (LOPES et al, 2009). Não só um evento fisiológico feminino, mas um evento que necessita de assistência qualificada, visando a promoção do respeito, dos direitos da mulher e da criança, amparada em condutas baseadas em evidências científicas.

Evidências epidemiológicas demonstram que o Brasil vive um cenário epidêmico de cesarianas desnecessárias e indesejadas. Ressalta-se que o país apresenta-se como um dos campeões nas taxas de parto cirúrgico, pois nas últimas décadas o Brasil vivenciou uma mudança no padrão de nascimento em que as cesarianas tornaram-se a via de parto mais comum, chegando a 85% dos partos realizados nos serviços privados de saúde. Já no sistema público de saúde, a taxa é consideravelmente menor de 40%, mas mesmo assim é elevada se considerarmos a recomendação de 15%, que a Organização Mundial de Saúde preconiza (BRASIL, 2015).

As boas práticas de atenção ao parto e nascimento tem possibilitado repensar o modelo obstétrico e neonatal existente no país e, com isso, tem estimulado mudanças que consideram a fisiologia do corpo da mulher e uma assistência baseada em evidências científicas.

Segundo o Conselho Federal de Enfermagem (COFEN, 2016) a qualificação da enfermagem gera uma atuação de qualidade levando a indicadores positivos na assistência do processo de humanização do parto, gerando sucesso e redução de intervenções.

Por esse motivo, a escola de saberes do parto está proporcionando este curso, para qualificar profissionais e levar um cuidado e assistência cada vez melhor para mulheres e seus bebês.